sábado, 29 de março de 2008

Um texto...

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo…

Fernando Pessoa

quinta-feira, 27 de março de 2008

Dia Mundial do Teatro

Porque o Teatro é um estado de alma... Porque fazer Teatro nos fazem sentir completos... Porque estar no palco é uma experiência única na vida humana.

Confesso: sinto saudades... que brevemente matarei...!

ViVa o Teatro! ViVa!

domingo, 23 de março de 2008

Sweeney Todd: análise.


Estando este post longe do âmbito do nosso blog, achei que esta crítica fazia todo o sentido. Foi feita pelo fellow blogger dvd:

sexta-feira, 21 de março de 2008

Porque hoje é o Dia Mundial da Poesia!

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.

Eugénio de Andrade

terça-feira, 18 de março de 2008

A Análise de Jumper


Análise: aqui.
Trailer: aqui.

Sem comentários.


sexta-feira, 14 de março de 2008

Nestes últimos tempos, tem havido um assunto transversal na sociedade deste belo manicómio à beira mar plantado. A criação e extinção de partidos políticos.

Começe-se pela extinção. Tendo por base a Lei Orgânica dos Partidos que data do ano da graça de 2003. Entre outras coisas, a lei estatuía no seu artigo 18º (Extinção legal), nº1 'b que: "[O Tribunal Constitucional pode decretar a extinção caso se dê a] Redução do número de filiados a menos de 5000".
Ora, em termos conceptuais está bem pensado, porque menos de 5000 filiados até se pode considerar que não representam a totalidade da sociedade portuguesa, na sua diversidade e heterogenidade. Levanta-se então uma questão: qual a justiça democrática de não permitir a existência de um partido, baseando-nos apenas num critério de número de filiados?
Eu penso que será de todo o interesse haver a maior diversidade de forças políticas sem restrição de números de filiados, ou representação geográfica, porque desde logo estarão protegidas todas as formas de pensar e de orientação ideológica, sem restrições nem objecções, que não as legais. É ainda, no meu entender, um sinal de vitalidade e energia democrática a existência de inumeros partidos políticos numa sociedade que deve, tendêncialmente, caminhar para a liberdade consciente, por oposição à libertinagem (que é coisa de sindicatos).


Por contraponto, tem-se também falado insistentemente na criação de novos partidos, da esquerda à direita, passando até pelo meio-campo. Na minha opinião, isso é de salutar, porque demonstra uma vontade de dar impulso ao país, já que não com acção, ao menos com discussão, e a discussão é sempre motor do progresso, desde que seja uma discussão apoiada em argumentos sólidos, de razão e inteligência. Agora discussões acerca de pequenas querelas, questões pessoais e desentendimentos pontuais, isso para mim é moldura do quadro chamado política.

terça-feira, 11 de março de 2008

Mudança de mentalidades




Tendo pouco tempo gostaria de fazer uma breve apreciação em relação ao debate protagonizado ontem entre Monarquia e República no programa " Prós e Contras " da RTP.
Embora não concorde plenamente com as escolhas feitas para represntar a Monarquia no programa, penso que dele se tem de retirar três ideias essenciais.
Em primeiro lugar é bom que um debate destes se tenha realizado, o que só vem demonstrar que talvez esteja a reaparecer um certo sentimento monárquico em parte das pessoas, longe de ser a maioria, penso que há alguns anos um debate destes seria mal visto.
Em segundo lugar , visto partilhar de uma ideologia monárquica, fiquei triste em constatar mais uma vez que republicanos que se afirmam pela liberdade tenham tanto medo que se pense no passado e se olhe com orgulho para as nossas raízes, para os nossos valores e para a nossa história gloriosa dos tempos de Monarquia.Não tanto pelo programa de ontem mas especialmente por várias situações que têm ocorrido, entre elas o expoente máximo foi a não aprovação pelos partidos de esquerda do voto de pesar por El-Rey D. Carlos, denotando mais uma vez um cero medo do saudosismo e da nossa história que não pode ser apagada, por outro lado Aquilino Ribeiro no panteão, um verdadeiro " terrorista " e a meu ver uma afronta à Monarquia do enaltecimento de alguém que muito provavelmente esteve ligado ao regícidio.
Em terceiro lugar fica a ideia de que se estes republicanos se afirmam democratas e tanto enaltecem a liberdade porquê a obrigação constitucional de mantermos sempre um regime e uma chefia de Estado repúblicana imposta aos portugueses sem ouvir a sua opinião.Independentemente do resultado, que concerteza pela conjuntura seria nesta altura a favor da República, deveria haver um referendo de tempo a tempo onde os portugueses se pudessem pronunciar sobre qual o regime e qual a chefia de Estado que querem para Portugal(não República Portuguesa mas sim PORTUGAL).
Tem de haver uma mudança de mentalidades que incuta nos portugueses o olhar a sua história de forma verdadeira e antes de mais um olhar com orgulho e com saudade.
Não podemos esquecer que um Rei mesmo só reinando e não governando como em Espanha, une antes de mais a população e reafirma a identidade cultural e histórica de um país.

sexta-feira, 7 de março de 2008

América Latina

Sobre a Colômbia, Venezuela, Equador, FARC, todo o pano de fundo da América Latina:

Vejam, vale a pena juscritica.

Entrevista (comentada)


«É um modelo exequível, que respeita as melhores práticas internacionais, que os protege [os professores], que lhes dá mais vantagens» , referiu a titular da pasta da Educação, em entrevista quinta-feira à noite na RTP1.


Se assim é, porque tanta discussão? Se é um modelo que os protege só deveriam estar contentes, pelo curso normal das coisas não? Bom, no fundo, se calhar não é bem assim... A meu ver é aquilo que chamamos o 2 em 1... o aluno ameaça o prof, este para não ser magoado dá-lhe um 5, e, no fim, este 5 conduz a um excelente ao prof. Em suma, sai a ganhar dando boa nota a quem não tem capacidade para tal... humm, o proteger só pode ser neste sentido. Continuemos...


Na entrevista à RTP1, a ministra da Educação rejeitou o adiamento da aplicação dos sistema de avaliação dos professores, que está a ser contestado em manifestações dos docentes, que se encontram sábado em Lisboa, afirmando que o modelo proposto é melhor do que está a ser negociado com os sindicatos da Função Pública.


Eu não queria ser malandro, mas cheira-me que ela gosta de arranjar problemas... Isto é aquilo a que chamo "I want to be the special one".


Sobre a onda de contestação dos docentes, a governante acusou os partidos políticos da oposição de se «colarem» aos protestos, aos sindicatos, considerando haver «evidentemente manipulação, aproveitamento político».


Comentário escusado. Quando tiveste na oposição não fizeste o mesmo noutras matérias? Sabe bem não sabe? Rires-te dos outros enquanto são contestados, mas agora riem-se de ti.=)


Contudo, admitiu também existirem «professores do Partido Socialista descontentes».


Bom, isto já é grave. Ou consideras uma conquista também? É preciso classe para afastar os próprios apoiantes.... cheira-me que isto vai mesmo mau.


«Há professores descontentes, que desconfiam do modelo. Mas apelo a que confiem nas escolas» , disse Maria de Lurdes Rodrigues, advogando que a contestação é fruto de «muita desinformação».


Confiar nas escolas? Li bem? Confiar nas escolas? Escolas portuguesas? Aquelas que se moderniza enviando computadores para lá? A falta de desinformação lá será culpa de quem?


Em suma, chamem o Wally e decapitem-o.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Lembrei-me,
E se os jornais portugueses declarassem a inclinação política das suas redações? Seria assim tão mau, que determinada publicação fosse apoiante de determinada corrente de opinião?


Do meu ponto de vista, possivelmente errado, seria muito mais democrático (e agora é moda ser-se democrático, tanto que até o AJJ diz que é mais democrático que o Governo da República!) defenir-se a linha editorial de forma aberta e honesta, em vez de "repartir o mal pelas aldeias". Obtinha-se uma situação muito mais clara, em que o leitor sabia à partida o tipo de jornal que comprava e o tipo de notícias que lá estariam.


Não servindo de argumento, a maioria das imprensas ocidentais segue esta política, na Escandinavia, tão cara ao nosso governo, passando pela Alemanha social democrata, acabando na Rússia do P.C.


Mas isto é só uma opinião, e não vale mais que qualquer outra.

terça-feira, 4 de março de 2008

(clicar para ampliar!)

Lembro-me de ir ao circo em criança. Lembro-me particularmente de uma vez em que o circo acentando arraiais no descampado junto à escola, anunciava "O Maior Urso do Mundo!" entre outras maravilhas vindas directamente da estepes geladas da Rússia e dos confins da Turquia. Anunciavam também um pequeno chinês, mestre na arte do jogo da vermelhinha. Dessa vez, o meu pai levou-me a ver uma das sessões do circo. Lá dentro, tudo brilhava e parecia novo. A sessão começa. Bailarinas caminham em arames, acrobatas saltam de trapézio em trapézio, palhaços (e quantos não havia nesse circo, todos ricos, curioso...) brincavam aos doutos Doutores. Era a festa da ilusão! Tudo se desenrola até que chega a hora do numero maior, o Urso e as suas habilidades. O Urso entra na arena coberta de flashes, no entanto, não com o tratador mas com o chinês da vermelhinha. Espanto geral! O urso fazia habilidades recambolescas de modo a não cair de um pequeno monociclo, o chinês usava dos mais velhos truqes para ter os olhos do público sobre ele. E o espectáculo subia de tom! Sempre e cada vez mais, mais acrobacias, mais truques. Os artistas demonstravam ja cansaço, o cansaço típico de quem sabia ser o seu numero, um numero falso. E eis que chega a hora do grand finale, rufam os tambores... e uma explosão! Uma explosão de fumo, nada mais que fumo, aliás, só fumo. E o número acaba, sem Urso, sem chinês. Nada.

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Esta pequena historieta não passa de uma analogia (por pior construída que esteja) do que, no meu entender, acontecerá com a polémica Paulo Portas-Jaime Silva e com a entrada em cena do triste Garcia Pereira.

sábado, 1 de março de 2008

Debut - "Fiat Lux"


"No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: "Faça-se a luz!" E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou à luz Dia, e às trevas Noite. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia."


Genesis 1, 1-5
1 de Março - "Fez-se luz, e nasceu Bonae Fidei."