Fernando Pessoa
sábado, 29 de março de 2008
Um texto...
Fernando Pessoa
quinta-feira, 27 de março de 2008
Dia Mundial do Teatro
domingo, 23 de março de 2008
sexta-feira, 21 de março de 2008
Porque hoje é o Dia Mundial da Poesia!
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Eugénio de Andrade
terça-feira, 18 de março de 2008
sexta-feira, 14 de março de 2008
Começe-se pela extinção. Tendo por base a Lei Orgânica dos Partidos que data do ano da graça de 2003. Entre outras coisas, a lei estatuía no seu artigo 18º (Extinção legal), nº1 'b que: "[O Tribunal Constitucional pode decretar a extinção caso se dê a] Redução do número de filiados a menos de 5000".
Ora, em termos conceptuais está bem pensado, porque menos de 5000 filiados até se pode considerar que não representam a totalidade da sociedade portuguesa, na sua diversidade e heterogenidade. Levanta-se então uma questão: qual a justiça democrática de não permitir a existência de um partido, baseando-nos apenas num critério de número de filiados?
Eu penso que será de todo o interesse haver a maior diversidade de forças políticas sem restrição de números de filiados, ou representação geográfica, porque desde logo estarão protegidas todas as formas de pensar e de orientação ideológica, sem restrições nem objecções, que não as legais. É ainda, no meu entender, um sinal de vitalidade e energia democrática a existência de inumeros partidos políticos numa sociedade que deve, tendêncialmente, caminhar para a liberdade consciente, por oposição à libertinagem (que é coisa de sindicatos).
Por contraponto, tem-se também falado insistentemente na criação de novos partidos, da esquerda à direita, passando até pelo meio-campo. Na minha opinião, isso é de salutar, porque demonstra uma vontade de dar impulso ao país, já que não com acção, ao menos com discussão, e a discussão é sempre motor do progresso, desde que seja uma discussão apoiada em argumentos sólidos, de razão e inteligência. Agora discussões acerca de pequenas querelas, questões pessoais e desentendimentos pontuais, isso para mim é moldura do quadro chamado política.
terça-feira, 11 de março de 2008
Mudança de mentalidades
Tendo pouco tempo gostaria de fazer uma breve apreciação em relação ao debate protagonizado ontem entre Monarquia e República no programa " Prós e Contras " da RTP.
Embora não concorde plenamente com as escolhas feitas para represntar a Monarquia no programa, penso que dele se tem de retirar três ideias essenciais.
Em primeiro lugar é bom que um debate destes se tenha realizado, o que só vem demonstrar que talvez esteja a reaparecer um certo sentimento monárquico em parte das pessoas, longe de ser a maioria, penso que há alguns anos um debate destes seria mal visto.
Em segundo lugar , visto partilhar de uma ideologia monárquica, fiquei triste em constatar mais uma vez que republicanos que se afirmam pela liberdade tenham tanto medo que se pense no passado e se olhe com orgulho para as nossas raízes, para os nossos valores e para a nossa história gloriosa dos tempos de Monarquia.Não tanto pelo programa de ontem mas especialmente por várias situações que têm ocorrido, entre elas o expoente máximo foi a não aprovação pelos partidos de esquerda do voto de pesar por El-Rey D. Carlos, denotando mais uma vez um cero medo do saudosismo e da nossa história que não pode ser apagada, por outro lado Aquilino Ribeiro no panteão, um verdadeiro " terrorista " e a meu ver uma afronta à Monarquia do enaltecimento de alguém que muito provavelmente esteve ligado ao regícidio.
Em terceiro lugar fica a ideia de que se estes republicanos se afirmam democratas e tanto enaltecem a liberdade porquê a obrigação constitucional de mantermos sempre um regime e uma chefia de Estado repúblicana imposta aos portugueses sem ouvir a sua opinião.Independentemente do resultado, que concerteza pela conjuntura seria nesta altura a favor da República, deveria haver um referendo de tempo a tempo onde os portugueses se pudessem pronunciar sobre qual o regime e qual a chefia de Estado que querem para Portugal(não República Portuguesa mas sim PORTUGAL).
Tem de haver uma mudança de mentalidades que incuta nos portugueses o olhar a sua história de forma verdadeira e antes de mais um olhar com orgulho e com saudade.
Não podemos esquecer que um Rei mesmo só reinando e não governando como em Espanha, une antes de mais a população e reafirma a identidade cultural e histórica de um país.
sexta-feira, 7 de março de 2008
América Latina
Vejam, vale a pena juscritica.
Entrevista (comentada)
quarta-feira, 5 de março de 2008
E se os jornais portugueses declarassem a inclinação política das suas redações? Seria assim tão mau, que determinada publicação fosse apoiante de determinada corrente de opinião?
Do meu ponto de vista, possivelmente errado, seria muito mais democrático (e agora é moda ser-se democrático, tanto que até o AJJ diz que é mais democrático que o Governo da República!) defenir-se a linha editorial de forma aberta e honesta, em vez de "repartir o mal pelas aldeias". Obtinha-se uma situação muito mais clara, em que o leitor sabia à partida o tipo de jornal que comprava e o tipo de notícias que lá estariam.
Não servindo de argumento, a maioria das imprensas ocidentais segue esta política, na Escandinavia, tão cara ao nosso governo, passando pela Alemanha social democrata, acabando na Rússia do P.C.
Mas isto é só uma opinião, e não vale mais que qualquer outra.
terça-feira, 4 de março de 2008
Lembro-me de ir ao circo em criança. Lembro-me particularmente de uma vez em que o circo acentando arraiais no descampado junto à escola, anunciava "O Maior Urso do Mundo!" entre outras maravilhas vindas directamente da estepes geladas da Rússia e dos confins da Turquia. Anunciavam também um pequeno chinês, mestre na arte do jogo da vermelhinha. Dessa vez, o meu pai levou-me a ver uma das sessões do circo. Lá dentro, tudo brilhava e parecia novo. A sessão começa. Bailarinas caminham em arames, acrobatas saltam de trapézio em trapézio, palhaços (e quantos não havia nesse circo, todos ricos, curioso...) brincavam aos doutos Doutores. Era a festa da ilusão! Tudo se desenrola até que chega a hora do numero maior, o Urso e as suas habilidades. O Urso entra na arena coberta de flashes, no entanto, não com o tratador mas com o chinês da vermelhinha. Espanto geral! O urso fazia habilidades recambolescas de modo a não cair de um pequeno monociclo, o chinês usava dos mais velhos truqes para ter os olhos do público sobre ele. E o espectáculo subia de tom! Sempre e cada vez mais, mais acrobacias, mais truques. Os artistas demonstravam ja cansaço, o cansaço típico de quem sabia ser o seu numero, um numero falso. E eis que chega a hora do grand finale, rufam os tambores... e uma explosão! Uma explosão de fumo, nada mais que fumo, aliás, só fumo. E o número acaba, sem Urso, sem chinês. Nada.
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sábado, 1 de março de 2008
Debut - "Fiat Lux"
Genesis 1, 1-5