terça-feira, 11 de março de 2008

Mudança de mentalidades




Tendo pouco tempo gostaria de fazer uma breve apreciação em relação ao debate protagonizado ontem entre Monarquia e República no programa " Prós e Contras " da RTP.
Embora não concorde plenamente com as escolhas feitas para represntar a Monarquia no programa, penso que dele se tem de retirar três ideias essenciais.
Em primeiro lugar é bom que um debate destes se tenha realizado, o que só vem demonstrar que talvez esteja a reaparecer um certo sentimento monárquico em parte das pessoas, longe de ser a maioria, penso que há alguns anos um debate destes seria mal visto.
Em segundo lugar , visto partilhar de uma ideologia monárquica, fiquei triste em constatar mais uma vez que republicanos que se afirmam pela liberdade tenham tanto medo que se pense no passado e se olhe com orgulho para as nossas raízes, para os nossos valores e para a nossa história gloriosa dos tempos de Monarquia.Não tanto pelo programa de ontem mas especialmente por várias situações que têm ocorrido, entre elas o expoente máximo foi a não aprovação pelos partidos de esquerda do voto de pesar por El-Rey D. Carlos, denotando mais uma vez um cero medo do saudosismo e da nossa história que não pode ser apagada, por outro lado Aquilino Ribeiro no panteão, um verdadeiro " terrorista " e a meu ver uma afronta à Monarquia do enaltecimento de alguém que muito provavelmente esteve ligado ao regícidio.
Em terceiro lugar fica a ideia de que se estes republicanos se afirmam democratas e tanto enaltecem a liberdade porquê a obrigação constitucional de mantermos sempre um regime e uma chefia de Estado repúblicana imposta aos portugueses sem ouvir a sua opinião.Independentemente do resultado, que concerteza pela conjuntura seria nesta altura a favor da República, deveria haver um referendo de tempo a tempo onde os portugueses se pudessem pronunciar sobre qual o regime e qual a chefia de Estado que querem para Portugal(não República Portuguesa mas sim PORTUGAL).
Tem de haver uma mudança de mentalidades que incuta nos portugueses o olhar a sua história de forma verdadeira e antes de mais um olhar com orgulho e com saudade.
Não podemos esquecer que um Rei mesmo só reinando e não governando como em Espanha, une antes de mais a população e reafirma a identidade cultural e histórica de um país.

5 comentários:

Cristiano Dias disse...

Viva!

Foi um bom debate (do que vi). Simples, vivo, directo. Conclusões a tirar? Poucas. Muito poucas. Sobretudo, por duas razões: primeiro, na maior parte do tempo os representantes de um dos lados passaram-no a apontar as fragilidades do regime defendido pelo outro, ao invés de frisar o porquê que Republica ou Monarquia seriam importantes actualmente (possivelmente porque os protagonistas escolhidos foram um pouco infelizes tendo em conta o tema; seria melhor termos essencialmente politólogos e historiadores a discutir o regime do que homens do negócio e presidentes de coisa nenhuma...enfim); segundo, pareceu-me que se desvirtuou um pouco a questão, pois a diferença nao está apenas na formalidade de um rei ou não, mas na autoridade que representa; ao longo do debate, apenas se falou de rei, mas monarquia é mais que isso.
Bom, pessoalmente, considero-me um monarquico moderado, apesar de não ter dúvidas que se houvesse um referendo a Republica ganharia. Para mim, a ideia do Prof.Adelino Maltez durante a sua intervenção pareceu-me a mais acertada, "uma republica com rei". Seria um 2 em 1melhor do que "o Estado em que chegámos".
Por fim, basta-me salientar, tal como referiste, o medo da Republica e dos Republicanos pelo passado. Veja-se a recusa da esquerda do voto de pesar...

É o medo, meus caros... é o medo de que a chama se reacenda...

Abraço!

Gui von Cupper disse...

Concordo plenamente contigo e realmente o objecto do debate desvirtuou se do tema central e em relação ao referendo sem dúvida que ganharia a república, embora fosse sempre interessante algo do género.

A escolha dos candidatos sem dúvida não foi a mais acertada tanto de um lado como do outro(e do lado dos repúblicanos serem representados por um Grão-Mestre da Maçonaria creio não ser muito abonatório).

Mas sem dúvida que o centro do problema é o que referiste no fim do comentário.É este medo do passado que a meu ver é incompreensivel e só vem reafirmar a perda de identidade cultural pela qual Portugal está a passar.

Um grande abraço

Guilherme von Cupper

LdM disse...

"Não podemos esquecer que um Rei mesmo só reinando e não governando como em Espanha, une antes de mais a população e reafirma a identidade cultural e histórica de um país."

Já te dinha dita, mas reafirmo:
ora aqui está uma bela frase!

Um Abraço

LdM disse...

errata: Já te tinha dito, etc

Gui von Cupper disse...

Muito obrigado!Um momento de inspiração numa frase disse tudo
Um grande abraço