quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Intervalo

Acabei a semana passada de ler o último livro do José Saramago, A viagem do elefante, e já que hoje posso dedicar alguns minutos da minha atenção aqui ao nosso blog, resolvi deixar um pequeno comentário.
O livro trata a viagem de um elefante, vindo da Índia portuguesa, de Lisboa até Viena, como prenda de D. João III ao arquiduque Maximiliano da Áustria. É um texto eleborado, como é costume neste autor, embora a história em si não tenha grandes segredos ou mistérios, a mim permitiu-me relaxar e por momentos deixar de pensar nos exames e na faculdade. É quase uma narrativa light, sem ofensa ao Saramago, que ainda assim não afasta as suas ironias e críticas em entrelinhas, quer à sociedade da época, quer à actual.
Confesso que não sou propriamente especialista na obra literária do José Saramago, nem tão pouco adepta de muitas das suas ideias políticas, mas não posso deixar de sorrir ao ler muitas das passagens deste livro, ao descobrir como ele consegue dizer as coisas, sempre de maneira que parece à primeira vista tão inocente e simples, mas que bem lido têm quase sempre um segundo significado. Já para não falar naquelas descrições bizarras e divertidas, que também estavam no Memorial do Convento, e que sempre me levaram a pensar onde é que ele vai buscar imaginação suficiente para escrever uma coisa daquelas, caricaturando muitas das personagens com traços de personalidade tão inesperados e ridículos... Atendendo até que parte do livro foi escrito em condições de saúde frágeis, o seu bom humor e disposição são admiráveis.
Leiam porque vale a pena: é uma forma de viajar sem saír de casa... Porque um bom livro é como um bálsamo para o espírito, ainda mais numa época tão exigente como esta, a mim nunca os livros me deixaram estar verdadeiramente só, e por vezes são a melhor companhia que posso ter...
Acabo recomendando a todos A viagem do elefante e com a frase que está na contracapa, e que eu espero ser acertada: " Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam", in O Livro dos Itinerários.

2 comentários:

Bárbara Azevedo disse...

hum, não posso dizer que sou especialmente fã do Saramago, apesar de ter gostado muito do Memorial de Convento. Se aconselhas, bem vou tentar ler, confio no teu bom gosto.. eheh

Pois é verdade, ainda de estou a dever um livro emprestado, lol a ver vamos se me consigo lembrar de te o trazer..

beijo e bom estudo que eu vou fazer o mesmo

FNL disse...

Comecei a seguir salomão a seguir ao ano novo, quando o recebi como prenda de natal. Já se sabe, num salto o devorei, como todos os do saramago, que isto de ler é assim, Assim como, perguntam vocês, se é que discorrem de perguntar tal, Assim, assim, digo eu para não dizer nada e não ter que me calar, Assim ou assado, volvem vocês, Assim e assado, Ah.